Máscaras e Espelhos
Francine observava pela janela da sala de estar com um sorriso forçado, segurando uma xícara de chá que já esfriara.
No jardim, Helena caminhava com Lucas pela mão, apontando flores, perguntando o nome dos insetos, cantando uma canção infantil em voz baixa. O menino ria.
RIA. Um som raro naquela casa desde a morte de Sofi.
Aquilo a corroía por dentro.
Helena, jovem, com jeito maternal e sorriso calmo, conseguira em menos de uma semana o que Francine lutava para construir há meses: a confiança de Lucas. Ele agora deixava-se levar, dormia mais tranquilo, comia com mais gosto, até falava mais. Era como se estivesse florescendo com a presença dela.
— Menina tola. Murmurou Francine, voltando-se para o espelho do corredor, ajeitando o cabelo.
— Aproveita enquanto pode.
Porque ela não deixaria isso continuar.
A chegada de Helena havia sido uma sugestão da psicóloga de Lucas que a u mesma achei muito boa.
Me daria mais liberdade para estar no hospital. C