A Cura das Ausências
Era domingo e o céu estava limpo, como se o universo tivesse decidido dar uma trégua depois de tantos temporais.
O parque da cidade amanheceu coberto por um orvalho leve que fazia a grama brilhar sob o sol.
Crianças corriam entre os brinquedos, famílias espalhavam toalhas no gramado, e risos ecoavam por todos os lados.
Caleb caminhava lentamente, com Lucas de um lado e Ava do outro.
O menino pulava entre as pedras, equilibrando-se como um pequeno acrobata.
A cada salto, olhava para o pai como se esperasse aprovação.
E Caleb, sem perceber, sorria, um sorriso que não surgia mais por obrigação, mas por leveza.
— Lembra do lugar onde você e a mamãe costumavam me trazer? Lucas perguntou, parando diante de um velho carrossel.
Caleb se abaixou ao lado do filho.
— Lembro sim, campeão.
—Aquele dia em que você quis andar cinco vezes seguidas?
— E vomitei na volta! Lucas riu alto, contagiando os dois adultos.
Ava, sentada no banco próximo, observava a cena com olhos