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Capítulo 5 – A Verdade que Dói

Adam não se lembrava de ter dirigido até lá.

Tudo que sabia era que precisava ver Sophia. Precisava olhar nos olhos dela. Precisava dizer que estava errado. Que foi um covarde. Que... que agora sabia a verdade.

O vídeo ainda ecoava em sua mente. Cada segundo gravado. Cada maldito detalhe. Como ele pôde não ver? Como pôde acreditar tão rápido, julgar tão fácil, abandonar... tão cruelmente?

Ele subiu os degraus do pequeno prédio antigo. Reconheceu o tapete da porta. Tudo nela era delicado, simples... e ainda assim, nunca lhe pareceu tão pesado abrir uma porta quanto naquele momento.

Bateu uma vez.

Nada.

Bateu outra.

— Um segundo! — veio a voz doce e um pouco rouca de dentro do apartamento.

Quando a porta se abriu, Adam prendeu a respiração.

Sophia estava ali. Com os cabelos bagunçados, os pés descalços, e vestindo... a blusa dele. Aquela mesma cinza escura que ela costumava roubar e dizer que “cheirava a proteção”. Estava larga nela, caindo um pouco pelo ombro, deixando a clavícula exposta. Mas o que o atingiu com mais força foi o fato de ela ainda ter aquilo. Depois de tudo. Ela ainda guardava parte dele.

— A-Adam? — ela sussurrou, surpresa, quase tentando esconder o ombro nu com a mão.

Ele não disse nada.

Deu dois passos para dentro.

Fechou a porta atrás de si.

O olhar dele estava carregado. Culpado. Em choque. E… completamente despedaçado.

— Eu vi o vídeo. — ele disse, baixo. Quase como uma confissão.

Sophia franziu o cenho, sem entender.

— Que vídeo?

Ele engoliu em seco, os olhos marejando sem vergonha alguma.

— O verdadeiro. A gravação real do hotel.

Ela cambaleou um passo para trás, encostando-se na parede.

Adam se aproximou devagar, como se estivesse entrando num campo minado.

— Eu vi você conversando com a Kimberly... e então… você saiu por dois minutos. — Sua voz começou a falhar. — Foi a minha ligação. Fui eu quem liguei. Eu... atrasei você.

Sophia arregalou os olhos, a respiração ficando presa na garganta.

— No vídeo… ela aproveitou que você se afastou. Colocou algo no seu suco. Sorriu. Como se fosse só mais um dia. Você voltou… bebeu. E começou a passar mal. — Ele fechou os olhos com força. — Ela fez sinal pra um homem. Um estranho. Ele te pegou como se você não fosse nada. E ela… ela riu, Sophia. Ela riu enquanto te seguia até o quarto. Entregou dinheiro a ele… e abriu a porta.

Sophia cobriu a boca com as mãos. O corpo tremia.

Por um momento, tudo voltou. O gosto amargo. O chão rodando. A risada dela. Os toques que ela não conseguia impedir.

— E eu… — Adam se aproximou, agora com lágrimas escorrendo. — Eu entrei depois. Vi você ali… sem saber de nada… e saí. Como um covarde. Eu nem sequer deixei você falar. Eu destruí você.

Sophia tentou falar algo, mas não conseguiu.

Um soluço escapou.

Adam não aguentou.

Num impulso desesperado, tomou o rosto dela entre as mãos e a puxou para si.

O beijo veio como um grito preso por cinco anos. Doloroso, intenso, carregado de saudade, arrependimento e amor. Era um pedido de desculpas, um “me perdoa”, um “eu nunca te esqueci”, tudo ao mesmo tempo.

E Sophia… por um segundo… deixou-se ceder.

Porque, mesmo com tudo…

Ela ainda amava aquele homem.

Mas logo suas mãos foram ao peito dele, empurrando devagar.

— Eu não consigo… — sussurrou, chorando. — Ainda dói demais.

Adam encostou a testa na dela.

— Eu sei. E vou passar o resto da minha vida… tentando curar cada pedaço.

Horas depois, sozinha no sofá, Sophia segurava a blusa dele contra o peito.

Adam tinha ido embora, respeitando o limite dela. Mas antes de sair, deixou outra coisa.

Uma cópia do vídeo.

E uma promessa:

“Agora que sei a verdade… vou destruir quem fez isso com você.”

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