Miguel piscava rápido, como se a mente tentasse processar o improvável. Encontrar Jason e Eloise juntos, na sua própria sala, e ainda ser chamado de “papai” com aquele tom… era como se os fantasmas que ele se esforçara tanto para enterrar resolvessem levantar ao mesmo tempo.

Jason não disse nada de imediato. Apenas fez um gesto com a mão, indicando a poltrona de couro diante dele.

— Sente-se. — ordenou, a voz grave e controlada. — Minha garota tem algo a perguntar a você. E é melhor responder direito, sem desculpas.

Miguel hesitou por um instante, mas obedeceu. Aquela situação era sufocante, e ele sabia que resistir só aumentaria o risco. Afundou-se na poltrona, os dedos entrelaçados para disfarçar o tremor que insistia em surgir.

Eloise, por sua vez, permaneceu de pé. Os braços cruzados contra o peito e os olhos fixos nele. Não havia lágrimas, nem súplica, nem qualquer fragilidade. Apenas uma determinação crua, que o fez engolir seco.

— Eu não entendo. — começou ela, a voz baixa, ma