O sol já se inclinava para o meio do céu quando Miguel Romile largou o telefone com um suspiro pesado. Desde cedo tentava, em vão, contato com Jonas e com os seguranças que havia destacado para aquela casa isolada. Nenhuma resposta. Nem ligação, nem mensagem. O silêncio absoluto, tão fora do comum, começou a corroer sua paciência e, mais ainda, sua confiança.
Miguel caminhava pelo escritório de sua mansão como um animal enjaulado. O relógio antigo na parede batia as horas, cada segundo ecoando como uma martelada. Olhava para a tela do celular e via apenas a ausência de notificações. O último contato com Jonas tinha sido na noite anterior, uma mensagem curta garantindo que tudo estava sob controle. Desde então, nada.
— Esses idiotas… — resmungou, apertando os punhos.
O vazio no outro lado da linha só podia significar uma das duas coisas: incompetência ou desastre. E Miguel, com toda sua experiência, sabia reconhecer o cheiro de um desastre no ar.
Decidiu não esperar mais. Pegou o casac