DAMIAN WINTER
Atravessar a entrada principal do hospital pareceu diferente de todas as outras vezes. Geralmente, era só mais um ambiente frio e tranquilo que eu já tinha decorado, como se cada passo até o quarto da Stella fosse apenas parte da rotina cansativa de vê-la se recuperar. Mas, quando voltei, percebi que algo estava estranho. Havia guardas da polícia próximos à recepção, rádios chiando com frequência incomum e até mesmo visitantes murmurando uns para os outros, como se alguma notícia grave estivesse se espalhando pelo prédio.
A bolsa pendia do meu ombro, com as coisas que Stella havia pedido para a alta do dia seguinte, roupas confortáveis, alguns itens de higiene, e, escondido entre tudo, os dois brigadeiros que ela implorou com aqueles olhos azuis suplicantes. Eu devia ter dito não, mas não consegui negar.
Um enfermeiro murmurou algo para outro quando passei, e ambos me lançaram olhares tensos. Apertei o passo, sentindo meu coração acelerar. Não podia ser nada com ela. Nã