STELLA HARPER
A sensação de voltar para casa foi mais estranha e doce do que eu esperava. Depois de todas as noites brancas no hospital, das dores que ainda latejavam nas costelas e no abdômen, do incomodo do braço engessado, atravessar a porta da nossa casa foi como atravessar para um outro mundo que eu achava que existia apenas nos meus sonhos.
Damian estava ao meu lado, atento e cuidadoso como nos últimos dias. Ele me ajudou a descer do carro, sua mão automaticamente segurou na minha cintura, o outro braço segurava minha bolsa. Meu corpo doía a cada pequeno passo, mas o desejo de entrar e ver meus filhos me dava coragem para ir mais rápido.
— Devagar — ele murmurou, controlando minha pressa. — Eu guio você.
Nós caminhamos pelo corredor e eu reconheci cada quadro, cada pequena imperfeição na parede que eu já nem notava. A casa parecia estar segurando a respiração e eu pude ouvir vozes abafadas vindas da sala. Um arrepio de expectativa subiu pela minha coluna.
Quando Damian empurrou