O corredor da prisão era frio e úmido, impregnado de cheiro de ferro e desinfetante. Quando a porta do parlatório se abriu, Alexia sentiu as pernas vacilarem. Há dias não via um rosto conhecido. As visitas eram o único fragmento de vida que restava.
Do outro lado do vidro, Helena surgiu primeiro. Os olhos vermelhos denunciavam noites sem dormir. Fernando e Clara vieram logo atrás, carregando o peso da indignação e do medo.
— Minha filha… — Helena sussurrou, encostando a palma da mão contra o vidro. — Como deixaram te trazer até aqui?
Alexia respirou fundo, a voz embargada. — Eu não sei, mãe. Foi tudo tão rápido…
Fernando sentou-se diante dela, o maxilar rígido. — Nós vimos tudo. As notícias, os jornais… Eles te pintaram como uma criminosa.
Clara, em silêncio, apertava o lenço entre os dedos. — Dizem que o Vicente ainda está entre a vida e a morte…
— Eu não quis machucá-lo. — disse Alexia, com lágrimas. — Ele tentou me obrigar a assinar um documento tirando a Norabel de mim. Eu me defe