Cap.17
Dia seguinte, pela manhã bem cedo, Axel já estava na empresa. Ele sabia que Adon estava preso em seu escritório, como sempre — nem mesmo havia ido para casa depois de ontem. Axel costumava aparecer levando o café da manhã de Adon e ficava na sala trabalhando com ele até as onze horas, e naquele dia não foi diferente.
O relógio da parede marcava quase meio-dia quando Adon ajeitou o punho da camisa, saindo do escritório como quem vai a uma reunião de negócios.
Rosto fechado, olhar afiado, cada passo carregando autoridade. Axel, logo atrás, vinha com aquele ar igualmente sério, mas diferente — nos olhos dele havia uma calma natural, quase uma faísca que suavizava a dureza.
— Eu vou até a casa dela agora — anunciou Adon, a voz firme, como quem não aceita objeções.
Axel balançou a cabeça, jogando as chaves do carro na mão.
— Então eu dirijo — disse com leveza.
Adon estreitou os olhos para o irmão.
— Não precisava me seguir. Não vou sair da linha… ainda.
O sorriso sincero de Axel sur