Cap.18
Adon endireitou-se com um movimento lento e cortante. Pela primeira vez, houve um passo ameaçador no tom.
— Você tem um minuto — informou, calmo. — Assina, ou eu arranco tudo que estiver dentro da sua casa. E, claro, vou reduzir o tempo de pagamento cada vez que reclamar.
Selene sentiu o mundo girar. O envelope tremia nas mãos de Adon por um instante — ou foi só a impressão dela. O barulho de um carro distante pareceu mais alto que o normal. Ela fechou os olhos, buscando qualquer fio de coragem.
— Tudo bem. Eu assino.
Adon sorriu, mas não havia bondade no sorriso. Apenas o brilho cortante de quem venceu mais um lance.
Ele puxou a caneta do bolso e a ofereceu com a mesma neutralidade de quem entrega um martelo a um carpinteiro.
— Pode. — disse ele, contido.
Selene olhou para a caneta nas mãos dele, depois para o papel. Hesitou por um segundo e, num impulso tímido e quase infantil, pediu:
— Me empresta as costas? Só pra eu me apoiar e assinar…
Axel, que observava ao volante com o