Quando meu pai finalmente respirou aliviado, murmurou:
— Então tá, vou esperar.
Mal tive paciência para ouvir qualquer coisa, só desliguei na cara dele, sem pensar duas vezes.
Fiquei sentada ali, encostada na porta, perdida nos meus próprios pensamentos.
O tempo parecia andar devagar, e cada tique do relógio na parede me fazia afundar um pouco mais no desespero.
Eles podiam mesmo arrancar minhas pernas e meus braços?
Só de pensar, senti um frio na barriga, o tipo de pânico que fazia a gente se agarrar em si mesma sem saber direito o que fazer. Apertei as pernas, tentando me proteger de um medo que só aumentava.
Ainda assim, por mais que doesse, valia tentar mais uma vez. Falar com o George talvez fosse pior do que perder o orgulho, mas era melhor isso do que perder as mãos e os pés, não é?
Peguei o celular, abri o chat e digitei: [Você não quer voltar essa noite? Faço tudo o que você pedir.]
Esperei, atualizei a tela e nada. Fiquei largada no chão, só encarando o aparelho apagado, m