Meu corpo estremeceu e, apressada, me virei. Vi George encostado no lado direito da porta do restaurante, fumando despreocupadamente. A fumaça ficava no ar, mas logo se dissipava com o vento gelado.
Ele me encarava com um olhar tranquilo, mas por trás daquela calma se escondia uma opressão assustadora.
Retirei a mão que estava prestes a abrir a porta, pedi desculpas ao taxista e caminhei em direção a ele. O rosto de George permanecia impassível, mas seus olhos pareciam ainda mais profundos.
Eu evitava olhar diretamente para ele, porque sempre que nossos olhares se cruzavam, tinha a sensação de que ele conseguia ver através de mim.
Abaixei o olhar e me aproximei, forçando um sorriso:
— Presidente George, o senhor ainda está aqui? Achei que todos já tivessem ido embora, me deixando sozinha de novo.
— Você acabou de dizer ao motorista que ia para o aeroporto... — A voz de George soava ainda mais fria sob o vento cortante. — Está querendo fazer o quê lá? Fugir?
Meu coração deu um salto. Aq