Selene
Quando a tarde começou a cair, metade do caos já tinha nome… cama, comida, água, sabão, lista. O resto era a parte que não aparece e sustenta, a mão que afaga uma criança, o ombro que suporta um saco de grãos, a colher que mexe o fundo para não queimar.
Eu fiquei onde fazia sentido, entre um “sim” e um “aqui”, repetindo nomes altos para que eles grudassem nos ouvidos da fortaleza. Cada nome dito é um lugar ganho no mundo. No fim do dia, os nomes são muralha.
— “Você está fazendo o que veio fazer.” — Ash falou, orgulhosa — “Trazer gente e costurar as pontas.”
— Com eles. — respondi, olhando os dois Alfas movendo o dia e a noite ao meu lado — Nunca mais sozinha.
O pátio acalmou quando a primeira lua deitou por trás das torres. Os caldeirões fumegavam menos. Crianças dormiam onde o barulho virou canção de ninar. Do alto da muralha, soou um toque curto, ronda trocada.
Damian terminou de revisar o quadro de guarda, entregou o rolo a Halvar e veio ao meu encontro, passos decididos,