Damian
Eu vi.
Não precisava estar perto para entender o que tinha acabado de acontecer. A porta do quarto de Damon ainda estava entreaberta, e o cheiro de Selene, o cheiro dela misturado ao dele, atravessava o corredor como uma confissão.
Por um instante, tudo dentro de mim queimou. O dia não suporta a sombra. E eu, sendo o sol deste castelo, não suportava o irmão que a beijava como se fosse o único dono da noite.
Fechei os punhos. Blaze rosnou dentro de mim.
— “Ele a provocou. Mas você não é fera sem comando.”
— Não sou? — respondi em pensamento, sentindo o calor subir pela pele — Porque agora parece que sou exatamente isso.
Antes que a razão me segurasse, desci os degraus em direção ao salão do trono. Uma hora depois Damon estava lá. De costas, limpando a espada, calmo demais para quem acabou de tocar o que era meu.
— Você não consegue evitar o caos nem por um dia, consegue? — perguntei, a voz grave.
Ele se virou, o sorriso cínico que sempre usava quando queria me ferir.
— O caos é