Selene
Vi a minha boca entreaberta, o pescoço em oferecimento, a forma como ele me mantinha sem me esmagar. E, ao ver, algo em mim cedeu, não como quem quebra, como quem decide.
— Damon… — falei o nome dele devagar, como se mastigasse a sílaba para sentir o gosto.
— Mais. — ele pediu, e subiu a mão.
Eu obedeci. Disse o nome dele duas, três, quatro vezes, não súplica, chave. Cada vez, sentia o corpo responder como se a torre inteira movesse pedra por pedra para nos acomodar. Foram minutos, ou horas, de comando e resposta, toque e resposta, respiração guiando a fome. Quando cheguei perto do limite onde a mente fica branca, ele recuou um passo, quase rindo.
— Obedeça, espere.
— Não é justo. — arfei, meio rindo, meio xingando.
— Justiça é coisa do Dia. — provocou — A Noite trabalha com medida.
Fiquei no fio. As mãos atadas, o corpo em suspensão, ele me ensinando um tipo de paciência que tem gosto de desobediência por dentro. O poder doeu e, mesmo doendo, brilhou.
— Agora. — sussurrou, com