Selene
A cada passo, o vínculo com Damian e Damon pulsava forte. Eu sabia onde estavam sem olhar. Eles abriam flancos para mim, cortavam as correntes, derrubavam estandartes. Não eram muletas. Eram minhas asas.
Kaleb desceu uma pedra e ficou à distância de vinte passos, sorrindo.
— Então a escrava aprendeu a andar.
— Eu nunca fui sua. — respondi.
— Não? — Ele girou a espada, longa e escura, com um brilho doentio — Quem te salvou do tédio do palácio? Quem te mostrou a noite verdadeira?
— Você me mostrou a mentira. — ergui a espada — E eu aprendi a verdade… não há noite sem lua. E a lua não dobra a monstros.
Ele riu, mas o riso não chegou aos olhos.
— Vamos ver o quanto tua coragem aguenta sem teus machos te segurando a mão.
— Eles não seguram minha mão. — firmei os pés — Eles seguram o mundo enquanto eu acerto a tua conta.
Ele veio primeiro, rápido, corpo grande, espada na diagonal. Desviei por pouco, senti o vento do golpe no rosto. Ataquei na costela, ele bloqueou.
Recuamos um passo