Flávia
— Eu adorei nossa noite — disse Ricardo, me despertando com um beijo suave.
— Eu também — murmurei, ainda sonolenta, virando o rosto para fugir da luz que entrava pela janela. — Mas ainda quero dormir.
Ele riu baixinho. — Pensei em aproveitar esses dois dias para fazermos mais coisas.
— Eu quero ficar aqui, na cama — respondi, me encolhendo debaixo do lençol.
— Preguiçosa — provocou ele, roçando os lábios no meu pescoço.
Sorri, sem abrir os olhos. A verdade é que nossa noite tinha sido realmente maravilhosa. Não apenas o que vivemos entre quatro paredes, mas o que aconteceu depois: as conversas, os risos abafados, o toque sem pressa.
Nos entendemos — de verdade — e pela primeira vez em muito tempo, eu me senti em paz ao lado dele.
Agora, ali, em um sábado preguiçoso, eu só queria ficar assim.
Ricardo deitado ao meu lado, o calor do corpo dele perto do meu, o cheiro dele misturado ao meu.
Ele havia sugado todas as minhas forças… mas, ao mesmo tempo, parecia ter me devolvido o ar