Flávia
Quando Caio dormiu, fiquei mais um tempo ali, sentada ao lado da cama dele, observando sua respiração tranquila. Passei os dedos em seus cabelos e desejei ter a mesma paz que ele tinha. Pensava em tudo o que havia acontecido, em tudo o que eu sentia — e no que ainda queria. Mas, sinceramente, a quem eu queria enganar?
Eu queria ficar.
Eu queria ficar com ele.
Não havia respostas claras, nem provas que me convencessem completamente. Só havia a palavra de Ricardo, e naquele momento eu precisava decidir se isso bastava para mim.
Saí do quarto de Caio em silêncio. O corredor parecia mais longo do que o normal, cada passo pesava. Quando entrei no quarto, ele estava lá — sentado na cama, encostado na cabeceira, o olhar perdido em algum ponto distante. Por um instante, quase voltei atrás. Quase desisti de tentar qualquer conversa.
Fui direto para o banheiro. Liguei o chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo, quente o suficiente para tentar dissolver o nó que parecia apertar meu p