Capítulo 63

Clara passou a tarde inteira no ateliê, mas sem pintar.

Dessa vez, as tintas ficaram quietas, os pincéis descansando em potes de vidro.

Sobre a mesa, espalhados em fileiras ordenadas, estavam os bilhetes — mais de oitenta deles — prontos para virar capítulos.

Cada bilhete era um sopro.

Uma história em si.

Mas juntos… eram um mapa.

Ela colava post-its nas bordas dos manuscritos:

“esse antes do quadro da espiral”,

“esse pode abrir o capítulo da queda”,

“esse é só pra quando o leitor estiver pronto”.

No computador, a tela exibia:

INTERVALO – o que sobrou quando tudo parou

por Clara Rivera

E logo abaixo, a epígrafe:

“Você não precisa lembrar tudo.

Precisa só continuar.”

Ela escreveu.

Parou.

Respirou.

Depois, pegou um dos bilhetes antigos — um dos primeiros de Noah — e colou na contracapa.

“Você ainda é o que me faz voltar sem medo.”

Mais tarde, foi até a editora.

O escritório era moderno, com prateleiras de livros recém-lançados e plantas em vasos de barro.

A editora — uma mulher elegante
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