No terceiro dia na casa de Hudson, Clara acordou com o cheiro de café e pão tostando na frigideira.
Desceu as escadas com os cabelos soltos e um sorriso meio sonolento.
Na cozinha, Noah estava com um avental amassado e a cara de quem levara a culinária a sério demais.
— Tá fazendo brunch? — ela perguntou, rindo.
— Me inspirei em você.
Criação livre, sem esboço.
— E esse caos de panelas?
— Arte conceitual. Se der errado, vira performance.
Ela se aproximou e deu um beijo leve em sua bochecha.
— O que a gente vai fazer hoje?
— Quero te mostrar o vilarejo.
Tem uma feirinha de domingo, uma cafeteria minúscula com donuts artesanais e, se a gente tiver sorte, uma senhora que vende flores e lê o futuro com cartas de baralho.
— Já amei.
— Também tem um lago. Pequeno, escondido.
Dá pra andar descalço pela trilha.
É meio mágico.
— Leva pincel?
— Levo você.
O vilarejo era uma pintura de aquarela.
Casas baixas com cercas brancas, janelas com floreiras coloridas, bancos de madeira sob árvores de fo