A estrada era cercada por árvores altas e silenciosas, como se guardassem segredos antigos nas folhas.
Noah dirigia com uma mão no volante e a outra entrelaçada nos dedos de Clara, que observava a paisagem pela janela com o rosto meio encostado no vidro.
— Falta muito? — ela perguntou, com a voz sonolenta e sorridente.
— Uns vinte minutos.
Talvez menos, se você continuar com essa cara de “tô prestes a dormir com charme”.
— Eu tenho o charme sonolento, sim.
É uma das minhas melhores expressões artísticas.
Ele riu.
E ela apertou os dedos dele com ternura.
O céu estava limpo, o fim de tarde tingia o horizonte com tons dourados e o mundo parecia respirar mais devagar.
A casa ficava em uma clareira, cercada por árvores e silêncio.
Era simples, de madeira escura e janelas largas.
Tinha dois andares, um deque de frente para um lago pequeno e uma rede presa entre duas árvores.
Havia uma sensação de intocável ali.
Como se o tempo tivesse parado só pra esperar por eles.
— Uau — disse Clara, ain