Capítulo 41

A ideia veio de Sol.

— Estava pensando… o que acha de irmos até Nova York um dia desses? Só dar uma volta. Respirar outro ar. Talvez passar na galeria, pegar alguma coisa com o Gus… sem pressa.

Clara ergueu os olhos do caderno.

— Você quer que eu veja a espiral?

— Não. Quero que você veja a cidade.

A espiral está lá.

Você também, de alguma forma.

Mas não é sobre lembrar.

É sobre estar.

Clara ficou em silêncio por alguns segundos.

Depois, sorriu.

Pequeno.

Mas verdadeiro.

— Vamos.

Na manhã seguinte, o trem para Manhattan partia sob um céu azul-claro, com nuvens dispersas como pedaços de pensamentos que ainda não se juntaram.

Sol sentou ao lado de Clara, lendo algo no celular. E achou bom irem de trem para explorar e, quem sabe, trazer à tona lembranças para ela.

Clara, com os olhos fixos na janela, deixava a paisagem correr por dentro.

A cada estação, um nome conhecido.

A cada curva dos trilhos, uma sensação nova — e, ao mesmo tempo, antiga.

Quando chegaram, o movimento da cidade os abr
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