Helder terminou o trabalho que estava fazendo e levantou-se para sair.
Na porta, encontrou Lurdes e Mário, este carregava com dificuldade uma xícara de café e caminhava em sua direção.
— Helder, para onde você vai?
— Papai, eu vim te pedir desculpas. — Mário levantou o café que segurava. — Papai, não fica bravo.
Lurdes se encostou em Helder, o peito roçando de leve no braço dele.
— Helder, a criança já sabe que errou, dá uma chance para ele.
Os gestos de Lurdes eram evidentes, ela afrouxou de propósito os botões da camisa, os lábios pintados de um vermelho berrante, e olhava para ele com um brilho provocante nos olhos.
— Helder, não leva a mal, ele ainda é uma criança. — O hálito quente de Lurdes roçou o pescoço dele. — É só um pequeno erro, não fica bravo, tá bom?
Helder franziu a testa, achando estranho: a mulher à sua frente, se insinuando daquele jeito, era completamente diferente da Lurdes fria e altiva de suas lembranças.
Nem mesmo Vanessa era assim.
Vanessa sempre mantinha uma e