Willian
— Eu também não gosto da ideia de deixá-la sozinha, mas algo estava diferente dessa vez. — Arthur apontou.
— Se refere ao fato de estar mais calculista? — Franzi o cenho ao encarar suas costas.
— Não somente isso. Ele está mais consciente e não apenas uma besta sem controle.
Observei isso, é claro, afinal, ele me deixou ver suas ações o suficiente. Mesmo assim, ele ainda precisava comer carne humana. E não era bonito quando o fazia. No fim das contas, ele é um animal que se move por instinto, isso inclui um mínimo de cálculo para manter sua sobrevivência.
— Acho que ele não vai machucá-la. — Arthur concluiu e virou para mim.
— Parece que você está esquecendo o que ele é.
Arthur bufou e cruzou os braços ainda encostado no fogão. O fogo ganhava vida lentamente, deixando o ar um pouco carregado de fumaça.
— Não podemos confiar no julgamento dele, quando desperta, sente apenas fome e sede de sangue. — Tentei manter a voz baixa, mas na verdade, eu queria elevar o tom o suficiente