Ele…
Voltei para o escritório sozinho.
A luz suave refletia nas paredes escuras, e cada passo meu soava como uma martelada surda no chão de madeira impecável.
Hayla já havia subido.
Carregava sua bolsa como quem carrega um escudo.
Orgulho.
Ela tem isso demais.
E talvez, por isso, tenha sobrevivido até aqui.
Joguei os documentos em cima da mesa.
O plano estava traçado, as evidências estavam ali.
Mas o caos dentro de mim?
Esse não segue estratégia.
Afrouxei o nó da gravata e soltei um suspiro.
A camisa social ainda grudava no meu corpo pelo calor do ambiente, ou talvez pelo que ela me provoca sem sequer tentar.
Fui até o armário de bebidas, puxei uma garrafa do single malt que guardo para momentos de... desordem.
Derramei o líquido âmbar no copo pesado de cristal e encarei meu próprio reflexo no vidro escuro da janela.
— Parabéns, Klaus. Mais uma noite tentando controlar o que não pode ser controlado —