Ele…
Eu estive em muitos lugares silenciosos na vida.
Salas de cirurgia às três da manhã, salas de reunião onde uma decisão milionária dependia de um aceno de cabeça, corredores vazios de hospitais onde a vida e a morte se esbarram.
Mas nada... nada me preparou para o silêncio que encontrei no apartamento da Hayla depois daquele almoço de negócios.
A porta ainda estava entreaberta.
A luz da sala apagada.
A presença dela era um grito mudo espalhado por cada canto.
As almofadas no sofá estavam bagunçadas, o abajur de canto torto.
E um copo meio cheio de água tremia com a vibração das batidas no peito dela.
Ela estava encolhida.
Pernas puxadas contra o peito.
O rosto escondido entre os braços.
Mas não era sono.
Não era cansaço
Era o tipo de dor que me era familiar.
E maldita seja minha memória por reconhecer os traços.
— Hayla... — falei baixo, quase em prece.
Ela não respondeu.
Nem sequer olhou.
Me