Autora…
A sala era ampla, quase sufocante em sua esterilidade, com paredes brancas que pareciam absorver qualquer resquício de calor humano.
O sol entrava pelas janelas altas com uma intensidade impiedosa, como se a própria luz tivesse uma missão de expor tudo o que eu tentava manter escondido nas sombras.
O ar-condicionado zumbia baixo, um frio cortante que parecia ecoar o olhar da mulher sentada à minha frente.
Klaus havia insistido para que eu viesse.
Ele praticamente me arrastou até aqui, mas teve a sensibilidade de esperar no carro, sabendo que sua presença me faria recuar antes mesmo de cruzar a porta.
A terapeuta, Dra. Marina , era uma figura que desafiava qualquer expectativa de acolhimento.
Seus cabelos grisalhos estavam presos em um coque tão impecável que parecia desafiar as leis da física, e o blazer preto que usava era como uma armadura, rígida e impenetrável.
Seus sapatos baixos batiam no chão com a precisão de um metrôn