Autora…
O hospital estava silencioso naquela manhã cinzenta.
O quarto de Hayla era claro, mas frio, como se a luz branca das lâmpadas fosse incapaz de aquecer qualquer canto da alma.
Ela permanecia sentada na poltrona ao lado da cama, vestida com um robe macio e coberta até os joelhos.
As mãos entrelaçadas no colo eram a única parte do seu corpo que revelava algum tipo de tensão: os dedos apertavam uns aos outros com força, como se aquela fosse a última âncora com a realidade.
A porta se abriu devagar, e uma mulher de meia-idade adentrou.
Usava roupas sóbrias, cabelo preso com precisão e uma expressão serena no rosto.
Havia compaixão no olhar, mas também firmeza.
— Olá, Hayla. Meu nome é doutora Irene Matos. Psiquiatra do hospital — Sua voz era suave, com um timbre acolhedor.
— Vim conversar com você, tudo bem?
Hayla não respondeu.
Apenas olhou para a