O vento da tarde entrava suave pela varanda, trazendo o cheiro leve das flores que Rosa cuidava com tanto carinho. As folhas das plantas balançavam em ritmo preguiçoso, e o som distante da cidade era quase um lembrete de que o mundo lá fora continuava girando — mesmo enquanto eu parecia parada no tempo.
Os dias de repouso tinham virado um eterno domingo.
Eu lia, cochilava, comia o que Rosa insistia em me dar e passava boa parte do tempo pensando demais. Pensando em Ravi. Pensando no bebê. Pensando em tudo o que ainda me assustava.
Quando a campainha tocou de manhã, achei que fosse a médica, mas era um entregador com uma caixa enorme, embrulhada com fita azul-clara.
Na etiqueta, apenas: Para que o tempo passe mais leve. — Ravi.
Abri o pacote devagar e encontrei uns cinco livros — todos sobre maternidade, parto humanizado, primeiros cuidados, alimentação e até um diário de gestação com espaço para anotar cada semana.
Senti o peito apertar.
Ravi podia ser um homem cheio de mistérios, e p