Quando abri a porta do apartamento, o cheiro de flores frescas misturado com comida caseira me recebeu de imediato. Encontrei Manu sentada à mesa, ajudando Rosa a ajeitar um arranjo no vaso de vidro.
— Eu disse para ela não se esforçar, Ravi — Rosa reclamou assim que me viu entrar, os olhos semicerrados em fingida bronca. — Mas essa menina não fica quieta.
Manu ergueu o rosto na minha direção, com um sorriso pequeno e desafiador.
— Estou só mexendo os braços. Não conta como esforço.
Não consegui segurar a risada.
O simples fato de vê-la com cor no rosto, trocando provocações com Rosa, já era uma vitória. Toquei de leve o ombro de Daniel, que me acompanhava.
— Manu, este é Daniel.
Ela se levantou um pouco da cadeira, tímida, e estendeu a mão. Ele apertou com a polidez natural de quem passa a vida em escritórios e tribunais.
— Prazer em conhecê-la, Manu. O Ravi já me falou bastante sobre você.
Os olhos dela buscaram os meus como se perguntassem quanto eu havia falado. Respondi com um ol