Elara*
Quando chegamos ao velho acampamento, o dia já nascia, mas a luz não trazia nenhum conforto. Ela só parecia expor ainda mais os destroços dentro de mim. Cassian e os outros voltaram à forma humana.
Coloquei Marius para dormir.
Ele se aninhou no cobertor, ainda tremendo pelo que tinha visto. Seus olhos, mesmo fechados, estavam pesados de medo.
Acariciei seus cabelos, lenta, até que seu corpo relaxou. Mas dentro de mim, o pânico só crescia.
Saí da tenda.
Cassian estava adiante, ao lado de Castor e Lúcia. A postura dele era uma muralha de tensão. Eu me aproximei, sentindo o peso daquele olhar mesmo antes que ele me visse.
— Como ele está? — Cassian questionou, nervoso.
— Dormindo. Mas não está ferido. — respondi, mantendo a voz baixa.
Ele assentiu, o maxilar trincando.
— Eu... eu não sei ao certo, mas acho que Lucian morreu.
— Tem certeza disso? — Castor questionou.
— Não, não tenho. Eu não vi ele morrendo, mas vi quando o lupino o arrancou da carruagem e abocanhou seu pescoço.