Elara*
Voltamos para o acampamento ainda naquela noite. O percurso inteiro foi confuso, pesado, como se cada sombra que se movia pudesse se transformar na criatura. Os guerreiros olhavam para a floresta, tensos, esperando que o monstro surgisse outra vez. Mas eu... eu não desviava os olhos do breu das árvores. Como se esperasse — ou desejasse — que ele voltasse. Só para olhar para ele uma última vez. Só para ter certeza de algo impossível. Ter certeza de que não era Cassian.
Ou eu estava ficando louca.
— Nós poderíamos ter morrido! — a voz de Lucian ecoou dentro da tenda, carregada de fúria. Ele andava de um lado a outro como um animal enjaulado. Aladar o observava em silêncio, mas vez ou outra, seus olhos paravam fixos nos meus.
— Meu senhor, me perdoe, mas...
— Eu não quero seu perdão! Eu quero que saia dessa maldita tenda! — rugiu Lucian, os olhos vermelhos de raiva.
Levantei-me de imediato, a voz firme, antes que ele pudesse despejar mais veneno.
— Aladar não nos deve nada, querid