Elara*
Nos dias que se seguiram após o ataque de Beron, eu me afundei no trabalho. Passei a maior parte do tempo cuidando dos feridos — alguns ainda em choque, outros se recusando a receber ajuda. Não tínhamos perdido tantas vidas quanto temíamos, mas cada ausência pesava como uma lâmina cravada no peito. Cada olhar vazio, cada corpo frio, me arrancava o ar.
E eu mantinha minha cabeça enterrada nisso, porque era mais fácil do que pensar em Cassian. Ou em Calie. Ele ainda se recuperava, e até aquele momento não dera nenhum sinal de que havia tomado uma decisão.
Quando voltei aos quartos para tratar mais alguns feridos, encontrei Castor ali. Ele me observava com aquele mesmo olhar que vinha lançando nos últimos dias, um olhar que parecia carregar algo que eu não queria decifrar.
— Cassian ainda quer vê-la. — a voz dele soou firme, mas havia um peso escondido ali.
— Eu não quero vê-lo. — respondi de imediato, passando por ele.
— Já é a quinta vez que ele chama por você, Elara.
— E já é a