Os dias seguintes foram estranhamente intensos para Luna. Desde o sonho com os olhos de lobo, tudo parecia diferente. Ela sentia que alguém a observava constantemente, mesmo quando não havia ninguém por perto. E, de alguma forma, esse “alguém” sempre a fazia pensar em Allan.

Naquela manhã, o clima estava mais fresco do que o normal para a Flórida, com uma brisa suave carregando o cheiro de flores. Luna caminhava para a escola, acompanhada de Samantha e Mario, quando Samantha trouxe uma notícia inesperada.

— Amiga, ouvi que vai ter uma festa da escola no sábado à noite, na casa da Becca! — disse Samantha, animada. — Vai ser épico! Você tem que ir!

— Festa? Eu não sei, Sam… — Luna mordeu o lábio, pensativa. — Sabe que não sou muito dessas coisas.

— E eu já te disse que você precisa se divertir mais! — respondeu Samantha, cruzando os braços. — Além disso, vai ser uma boa oportunidade para se aproximar do Allan.

Mario suspirou, claramente incomodado com a menção ao nome de Allan.

— Por que todo mundo só fala dele agora? Ele é só… um cara novo.

Luna não respondeu. No fundo, parte dela queria ver Allan de novo, mas outra parte se assustava com o que sentia quando estava perto dele.

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No meio da manhã, Luna estava pegando livros no armário quando ouviu passos firmes se aproximando.

— Vai à festa? — perguntou uma voz profunda atrás dela.

Ela se virou rapidamente e encontrou Allan, parado a poucos centímetros de distância, olhando-a de forma penetrante.

— Eu… ainda não sei — respondeu, surpresa. — Você vai?

Um leve sorriso se formou nos lábios dele.

— Vou. Talvez… eu esteja esperando te ver lá.

O coração de Luna acelerou. Havia algo no jeito como Allan falava, como se cada palavra tivesse um peso maior do que aparentava.

— Eu… vou pensar — disse, tentando parecer tranquila, mas falhando miseravelmente.

Allan apenas inclinou a cabeça, como se soubesse que ela diria “sim” no final.

— Vou ficar esperando.

Antes que ela pudesse responder, ele se afastou, deixando-a com as mãos geladas e a mente em um turbilhão.

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Na hora do almoço, Mérida sentou-se ao lado de Luna, enquanto Samantha e Mario conversavam animadamente.

— Então, ouvi meu irmão falando sobre a festa — comentou Mérida, sorrindo de forma cúmplice. — Acho que seria divertido se você fosse.

— Por que você e ele parecem tão interessados nisso? — perguntou Luna, intrigada.

— Porque você precisa relaxar um pouco. — Mérida riu. — Você é sempre tão certinha. E, quem sabe, pode ser uma boa oportunidade para conhecer melhor Allan.

Luna corou imediatamente, o que fez Mérida sorrir ainda mais.

— Vocês dois têm uma ligação. Eu posso sentir isso.

— Ligação? — Luna arqueou as sobrancelhas. — Você está falando como se ele e eu…

— Não é só “como se” — interrompeu Mérida, piscando para ela. — Vocês vão entender isso com o tempo.

Luna ficou sem palavras. Mérida parecia saber de algo que ela mesma não entendia.

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Na saída da escola, Luna se despediu dos amigos e começou a caminhar para casa. No entanto, Allan apareceu no portão, como se já soubesse por onde ela passaria.

— Decidiu sobre a festa? — perguntou, cruzando os braços.

Luna respirou fundo. — Não sei se esse tipo de evento é para mim.

Ele se aproximou, com uma expressão séria, mas havia algo quase suave em sua voz quando disse:

— Eu gostaria que você fosse.

As palavras foram ditas de um jeito que não parecia um simples convite. Era como uma ordem, mas também uma súplica. Luna sentiu que não conseguiria dizer não.

— Tudo bem… eu vou.

O sorriso que Allan deu em resposta foi algo que a deixou sem fôlego.

— Ótimo. Te vejo lá.

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Naquela noite, Luna contou à tia que iria à festa. Helena, embora protetora, não viu problemas, apenas alertou para não voltar tarde.

Mas, enquanto se deitava, Luna não conseguia parar de pensar no sábado. Algo dentro dela dizia que aquela festa não seria apenas uma noite de diversão. Seria o início de algo maior, algo que mudaria tudo.

E, de alguma forma, ela sabia que Allan estava por trás disso.