Gabriela chegou à escola sorrindo. Era sua primeira semana oficialmente contratada, e o som das crianças brincando no pátio já fazia o dia parecer mais leve.
Mas havia algo no ar.
A coordenadora, que até então a tratava com gentileza, parecia um pouco distante. O bom-dia veio mais formal. Os olhares nos corredores também haviam mudado — discretos, mas afiados.
Durante o intervalo, enquanto tomava café sozinha na sala dos professores, o celular vibrou.
Mensagem de número desconhecido:
“Nem tudo é o que parece com Miguel Cardoso. Cuidado com quem você deixa perto da sua filha.”
Gabriela sentiu o sangue gelar.
Leu e releu a mensagem. O coração disparado.
Miguel?
Por que alguém mandaria aquilo?
Imediatamente, pensou em Daniel.
Mas tentou afastar a ideia. Não queria alimentar paranoias. Podia ser apenas coincidência... ou não.
Guardou o celular, tentando manter o foco.
No fim da tarde, Miguel apareceu na escola. Trazia uma pequena sacola de papel nas mãos.
— Oi — disse ele, parando na port