Pegou o carro e dirigiu sozinha, a cada quilômetro sentindo o coração acelerar. Quando as primeiras ruas familiares surgiram diante dela, uma onda de nostalgia misturada a dor tomou conta de seu peito. Fazia anos que não voltava ali, e tudo parecia ter parado no tempo. A padaria da esquina ainda estava lá, com a mesma pintura gasta; o campinho de terra onde brincava com amigos da infância permanecia intocado, mas vazio.
Gabriela estacionou próximo à antiga casa onde crescera. A fachada estava diferente, pintada de uma cor clara, mas a estrutura era a mesma. Por alguns instantes, ela ficou dentro do carro, observando em silêncio, como se buscasse coragem para enfrentar o que poderia encontrar.
— Você consegue, Gabi — murmurou para si mesma antes de descer.
Ao bater no portão, uma senhora idosa apareceu. Tinha os cabelos grisalhos presos em um coque simples e um olhar curioso.