O sol daquela manhã parecia mais leve.
Gabriela abriu as janelas com um sorriso discreto, algo que não fazia há semanas.
A rotina ainda era corrida, os boletos ainda chegavam, as responsabilidades não tinham dado trégua — mas algo dentro dela havia mudado.Pela primeira vez em muito tempo, ela não se sentia vítima das circunstâncias.
Ela se sentia... viva.
Manu tomava o café animada, os olhos um pouco mais brilhantes depois da segunda sessão com a psicóloga.
— Mamãe, hoje posso levar meu estojo novo?
— Claro, amor. Só não esquece a lancheira — respondeu Gabriela, dando um beijo na testa da filha.
No fundo, ainda havia medo.
Medo de que algo acontecesse. Que Daniel tentasse de novo. Que Beatriz armasse outra jogada. Que Miguel se afastasse para sempre.
Mas agora Gabriela sabia lidar com o medo.