Heloisa moura
 Minha cabeça latejava quando finalmente abri os olhos. Tudo estava escuro. A única luz vinha de uma pequena fresta no alto da parede, fraca demais para iluminar completamente o ambiente. Tentei me mexer, mas meus pulsos estavam amarrados.
 A lembrança veio como um soco no estômago. Liliane. O sequestro. O carro acelerando pela estrada.
 Engoli em seco, forçando minha respiração a ficar sob controle. Pânico não me ajudaria agora. Precisava entender onde estava e encontrar uma forma de sair.
 — Finalmente acordou. — A voz de Liliane soou próxima, e meu corpo se enrijeceu.
 Ela surgiu da escuridão, sentando-se à minha frente com um sorriso vitorioso nos lábios. Seu olhar era calculista, cheio de uma satisfação doentia.
 — Você devia agradecer, Heloísa. Eu poderia ter feito isso de um jeito muito pior.
 — O que você quer? — minha voz saiu rouca, a garganta seca.
 Ela inclinou a cabeça, como se estivesse se divertindo com a pergunta.
 — Quero que você entenda seu lugar. — E