Ava Moura
Eu ainda estava processando a notícia maravilhosa que Heloísa e Vittorio me deram ontem. Meu coração transbordava de alegria: eu seria avó de um menino! Um menino! Um neto para mim, para nós.
Passei a manhã toda imaginando como seria segurá-lo nos braços pela primeira vez, vê-lo crescer, aprender a falar, a andar… Ele seria tão amado.
Mas, apesar da felicidade, um peso ainda pressionava meu peito. Hugo.
Ele continuava irredutível, recusando-se a sequer mencionar o nome de Heloísa ou de Vittorio sem que a raiva tomasse conta dele. E isso estava me matando.
Quando ele chegou para o café da manhã, sentei-me à mesa e decidi que precisava tentar de novo.
— Você dormiu bem? — perguntei, tentando começar a conversa de forma leve.
— O suficiente. — Ele respondeu sem me encarar, folheando o jornal como se aquilo fosse mais importante do que sua própria filha.
Suspirei, sentindo a paciência se esgotar.
— Hugo, por quanto tempo mais você vai continuar agindo assim?
Ele não re