Vittorio Bianchi
Olhei novamente para Heloísa, e pela primeira vez naquela noite, senti algo além da tensão e do peso da responsabilidade. Eu senti admiração.
Ela não apenas percebeu o que ninguém havia notado, mas também provou — mais uma vez — que seu lugar sempre foi ao meu lado, nos desafios e nas vitórias.
— Você acabou de nos salvar de uma crise gigante.
Ela sorriu de leve, cruzando os braços.
— Não gosto de ver você preocupado assim.
Meu peito aqueceu com aquela confissão simples, mas carregada de significado.
— Eu sabia que você voltaria para casa por um motivo.
O sorriso dela diminuiu um pouco, mas seu olhar ficou mais intenso.
— Talvez eu nunca devesse ter ido embora.
Eu segurei o olhar dela por um longo momento, deixando o peso daquela frase se assentar entre nós. Se antes havia dúvidas, agora não havia mais nenhuma. Heloísa estava aqui. E dessa vez, eu não a deixaria partir.
Ao cair da noite a vinícola ficou silenciosa e a única iluminação vinha das luzes amareladas espa