Capitulo 116

Lorenzo Bianchi

Fiquei ali parado por longos minutos depois que a porta se fechou atrás do tio Matheu. O som ecoou dentro de mim como um veredito. E talvez fosse. Um julgamento necessário. Um pai defendendo sua filha, do jeito que eu deveria ter feito por nós dois desde o começo.

Meu pai voltou a sentar-se, mas percebi que ele não esperava mais nada de mim naquele momento. Não conselhos, nem justificativas. Só um movimento — qualquer sinal de que eu não ia continuar preso nesse mesmo ciclo de desculpas e omissões.

Levantei-me, ainda com os músculos tensos, e fui até a janela. A paisagem do jardim parecia a mesma de sempre, mas agora carregava outro peso. Como se tudo à minha volta estivesse em pausa, esperando a minha decisão. Esperando que eu deixasse de ser o garoto que fugia e virasse o homem que ficava. Que enfrenta. Que cuida.

Camille. Aurora. Duas mulheres tão diferentes. E, de certa forma, vítimas da minha covardia.

Camille não merecia o lugar de sombra onde eu a coloquei. Ela
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