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Capítulo três: A Advogada

— Você é advogada? — Lucas perguntou. Acenei positivamente com a cabeça. — Ela está falando a verdade, Vitor.

— Ela vai ser útil, irmão. —  Eles acenaram com a cabeça concordando um com outro e eu fiquei ali sem entender nada.

— Posso entender porque você me trouxe aqui? — Lucas me devolveu a carteirinha e riu, o irmão cruzou os braços e  depois fez carinho no gatinho que estava agora em seu colo.

Me senti no filme Poderoso Chefão.

— Queria te mostrar onde você está se metendo, garotinha. — Ele então passou a mão pelo meu cabelo.

— Podem ir agora, não sou muito fã de ser voyeur. — Vitor disse. Lucas acenou positivamente, me colocou para trás e me guiou de volta para a boate.

Eu me tremia por completo, não sabia dizer exatamente o que estava sentindo, mas não era medo, era um sentimento estranho que deixava minhas veias geladas.

Como um sentimento de excitação estranho que eu nunca tinha sentido.

Era de se pensar que talvez eu não estivesse tão bem da cabeça. Eu já não via o ambiente ao meu redor, eu só pensava em como eu estava me sentindo, que era um sentimento estranho.

Assim que voltamos para o local eu fui direto para o bar, pedi uma cuba libre com bastante rum.

Eu ia beber aquilo tudo de uma vez só e ir embora, eu estava decidida.

Quando me virei Lucas estava parado atrás de mim.

— Entendeu o que eu disse quando falei que poderia te dar o mundo? — Ele se divertia com minha cara de transtornada.

— Mas eu não quero, obrigada.

Ele riu de novo.

— Aqui, se precisar de mim. — Então ele me entregou um cartão. O cartão era preto, em uma fonte branca fosca estava escrito “Il principe tatuato” e na parte de trás, numa fonte quase que invisível estava seu numero de telefone o DDI era da Itália.

— Vou pensar no seu caso. — Virei toda a Cuba Libre e coloquei no balcão do bar.

— Você não sabe o quanto eu gosto de mulheres difíceis.

Simplesmente virei as costas pra ele e de longe pude ouvir Paula gritando “Amiga, amiga...”, mas eu nunca mais, eu disse, NUNCA MAIS, vou a nenhum rolê com ela. Dessa vez ela foi longe demais.

Era hora de aprender a dizer não.

****

Eu estava travada com a petição que eu estava fazendo, olhava fixamente para as palavras em juridiquês no meu notebook e só pensava que minha vida era um tédio.

Olhei ao redor no meu quarto, num cabide estava o terninho já passado que eu iria utilizar no dia seguinte para ir ao tribunal defender mais um caso indefensável. Como eu odiava minha vida!

Já havia passado da época de ficar em porta de delegacia procurando potenciais clientes, eu já estava estabelecida. Fiquei pensando no que o Vitor e o Lucas disseram sobre mim, que eu seria útil.

Olhei para minha escrivaninha, dava para ver embaixo do meu notebook o cartãozinho preto. E se eu ligasse para aquele número? Talvez ligar não fosse uma boa ideia, talvez eu devesse mandar um w******p.

Pensei.

Aquela poderia ser a oportunidade da minha vida como advogada.

Me tornar advogada da máfia.

Eu já defendi caras realmente perigosos, assim como defenderia um assassino de policiais amanhã. Ele ia se lascar, não tinha para onde correr, mas se eu pudesse pelo menos diminuir sua sentença meu trabalho estaria feito.

Mas defender bandido de favela era uma coisa, defender a máfia italiana era outra.

Honorário em euro.

Caralho.

Naquele momento pensei no dinheiro, puxei o cartão num impulso e comecei a digitar no celular o numero, salvei como “Príncipe Tatuado” exatamente como estava escrito ali. Apesar de tudo, não tinha esquecido seu maldito nome.

Mandei apenas um “oi” no aplicativo de mensagens, fechei o celular e senti aquela sensação toda novamente.

O frio nas veias.

Antes que eu pudesse raciocinar qualquer coisa o celular vibrou.

“Você não é tão difícil quando eu pensava, aliás está linda nessa foto de perfil”, haviam se passado apenas quatro dias do pesadelo, ou será que foi um sonho? Que eu havia vivido.

“Estou interessada em ser útil para você e sua família”

“Me encontre em meia hora no endereço a seguir” e então ele me enviou uma localização de um prédio no Leblon “Sala 1301”

Revirei os olhos.

Eu honestamente não sabia onde estava me metendo, quer dizer, falar isso era algo muito forte, mas com certeza eu não tinha a mínima ideia do que estava me metendo.

Estava frio para uma carioca naquele dia, o termômetro marcava 17 graus. Em qualquer outra reunião de negócios que eu poderia ter eu iria vestida com terninho, mas aquela era diferente.

Coloquei uma saia lápis, uma camisa de gola alta e o meu sobretudo. Não levei nada, apenas carteira, celular e chaves. Chequei tudo antes de sair e percebi que em cima da minha mesa tinha um maço de cigarros, eu fumava quando estava estressada ao extremo.

Peguei o maço vermelho e coloquei junto na bolsa, e saí. Quando estava rumo ao elevador, geralmente eu pedia o Uber no andar de baixo, ou pegava um dos milhões de táxis que circulavam pelo Rio de Janeiro, recebi uma mensagem do Lucas.

“Você não confirmou, senhorita. Me mande seu endereço se precisar de um motorista”

A ideia de não gastar dinheiro me soou interessante, afinal eu estava pensando com o bolso naquele dia. Apenas mandei a localização e uma mensagem escrito “confirmo.”

Ele respondeu quase que instantaneamente.

“O motorista chega em cinco minutos”

Era o tempo de eu descer.

Olhei para frente e chamei o elevador, meus dedos tremiam, tremiam muito. Eu estava em pânico por dentro, não sei como conseguia manter a calma por fora.

Cada segundo que o visor do elevador se movia em direção ao meu andar, o quinto, mais eu sentia o tempo passar devagar. Ou tudo parecia muito lento, ou meu coração que estava acelerado.

Eu estava me metendo numa enrascada e eu sabia bem disso.

Mas por algum motivo eu queria aquilo.

O elevador chegou no meu andar, entrei nele e ainda sentia meus dedos tremendo quando coloquei o dedo no botão de térreo. Enquanto ele descia eu sentia a adrenalina subindo ainda mais.

Ao chegar no térreo, o que com certeza levou menos de cinco minutos, mas na minha cabeça tinha durado muito mais, eu saí em disparada para a calçada, esquecendo de dar meu habitual cumprimento para o porteiro.

Quando cheguei lá, havia um carro em cima da calçada. Um Jeep Cherokee preto, com um homem de terno preto na frente.

— Senhorita, Pissatto? — Acenei positivamente. — Entre, por favor.

Quantos carros ele tinha rodando na rua a favor dele? Como que esse homem chegou tão rápido aqui? Ele está me espionando? Eram tantas dúvidas que eu era incapaz de conceber.

Entrei no carro, sentindo a porta pesada, carro blindado.

Notei que havia um homem no banco da frente, outro no banco traseiro, do outro lado do qual eu estava.

Eram gêmeos idênticos.

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