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Capitulo Dois: Benvenutta

- Seja bem-vinda. – Seu rosto era jovial, apesar da barba por fazer escura, no rosto ele não tinha tatuagens. Eu estava tão abismada com sua visão que nem percebi que a barmaid deveria estar há algum tempo estendendo o copo de drink pra mim. Ele olhou para ela e agradeceu, me dando a taça, que eu não esperava mas era bem generosa.

- Obrigada. – Foi tudo que eu consegui dizer, ele abriu um sorriso e eu tentei descontrair. – Obrigada ao quadrado né, pelo drink e pela recepção.

- Imagina, é um prazer para mim. – Ele estendeu a mão e eu estendi a minha de volta, achando que ele ia me cumprimentar, na minha cabeça talvez ele estivesse achando que eu fosse também uma aspirante a cantora famosa. Mas ele pegou a minha mão e deu um beijo que me rendeu um calafrio que eu tentei disfarçar. – Eu sou Lucas Falcone, qual seu nome?

- Gabriela. – Pelo sobrenome ele deveria ser o dono daquele lugar. Então resolvi perguntar. – Você é o dono da boate?

- Não, esse clube é administrado pelo meu irmão mais especificamente.

- Então está só curtindo essa noite né?

- Não, estou a trabalho. – Provavelmente era alguém da indústria da música. Algum herdeiro.

- Ah, interessante. Sempre bom fazer networking, né? - Brinquei, sorrindo, ele sorriu de volta, um sorriso malicioso, e pude perceber que ele ergueu uma das sobrancelhas, seus olhos eram de um verde intenso.

- Veio fazer networking também, moça bonita? - Ele perguntou começando a andar em direção a algum lugar que eu não sabia qual era, mas ele fez sinal com a mão para eu o acompanhar.

- Não, não. Vim acompanhar minha amiga a Paula. - Ele riu, passou a mão no cabelo preto cortado rente;

- Então você que veio curtir apenas. - Dei de ombros e olhei ao meu redor, eu era uma moça de aparência simples, comum, uma mera advogada, nem sabia o que estava fazendo ao redor de tanta mulher bonita de corpos irreais e beleza estonteante, eu era mais uma, elas eram estrelas.

- Meio que isso. - Ele escolheu um local ao redor da piscina para que pudessemos sentar, pediu que eu fosse primeiro com um movimento com as mãos e depois disso se sentou ao meu lado e colocou uma mão sobre minha coxa nua.

Estremeci.

— Você sabe que eu posso te oferecer muito mais que curtição, né? O mundo se você quiser. — Ele era lindo, lindo demais, uma aparência quase que perigosa, com certa malícia urbana. Mas naquele momento eu me afastei um pouco dele, com medo da emoção que ele estava direcionando a mim.

— Não entendi. — Foi tudo o que eu consegui dizer, até pouco tempo atrás eu estava sozinha no bar, ele chegou, me cumprimentou e agora está me oferecendo o mundo? Que paixão rápida é essa?

Ele somente ria, se divertindo com minha cara de idiota.

Parecia que ele estava falando uma língua que eu não dominava.

— Você não tem a mínima ideia de onde está se metendo e onde você está  não é, garotinha?

— Agora que você falou, eu acho que não.

Ele riu sonoramente, me pegou com a mão. Eu bebia meu drink ansiosa. Mas não conseguia desvencilhar daqueles olhos verdes.

Ele se levantou, e como segurava minha mão, me levantei junto. Ele foi me guiando para a parte interna da boate, passando por seguranças como se fosse o dono daquele lugar.

Mas ele era.

Não era?

O corredor era vermelho, iluminado apenas por luzes amarelas, fui caminhando com ele, ele andava rápido, como se estivesse ansioso para me levar para algum lugar.

Todas as portas do extenso corredor estavam fechadas, elas eram de mogno, mogno escuro. Pareciam pesadas.

Até que chegamos no fim do corredor, era uma última porta. Ele deu cinco batidas na porta numa batida padronizada, como se fosse uma linguagem que quem estivesse do outro lado pudesse ouvir.

— Fratello, ho portato una visita, sono io il Principe.—  Para o azar dele, eu tinha feito um curso de italiano na pandemia, porque tinha ficado obceada por Maneskin, havia estudado por 3 anos.

Ele tinha falado para o irmão que tinha trago uma visita e se identificou como “Príncipe”.

Ok, isso estava ficando bizarro.

— Puoi entrare. —  A voz grossa respondeu seca do outro lado. Ele tirou uma chave grossa do bolso, virou na porta e entramos dentro da sala. 

— Scommetto che non sai nemmeno il nome di quella stronza. — O irmão comentou. Era um homem com cara de mau, enorme, mas sem tatuagens. Seu rosto era quadrado, seu cabelo era rente tal qual o do irmão, ele era loiro e tinha uma cicatriz no olho direito, lembrava uma mistura do Scar com o Mufasa.

E ele tinha acabado de me chamar de vadia.

Olhei ao redor do local, haviam rifles pendurados nas paredes atrás do irmão do Lucas,  na mesa um gatinho preto bem peludo. Na parede à esquerda havia um retrato enorme pintado a óleo de um homem mais velho, que parecia ser um clássico italiano mafioso.

Espera.

Eles estão falando em italiano.

O sobrenome é Falcone.

Tem armas nessa sala.

Caralho, eu vim parar numa festa de mafiosos!

— Rispettala, per favore. —  O irmão bufou.

Não sei o que deu em mim, mas resolvi acabar com a gracinha, mesmo sabendo que poderia levar um tiro a qualquer momento. 

— Io parlo italiano. — Foi tudo o que eu consegui dizer com a voz trêmula enquanto colocava a taça já sem o drink numa mesinha que ficava ao lado da porta.

Os dois me encararam com surpresa.

— Qual seu sobrenome, garota? — Eles provavelmente acharam que eu era de alguma família rival, que estava ali para espioná-los, ou talvez fazer algo pior.

— Pissatto. 

— Mostra sua identidade. — Disse Lucas, estendendo a mão para pegar meu documento. Dei de ombros, não sei de onde estava saindo tanta coragem para bater de frente com mafiosos, talvez fosse o fato de que eu não queria sair de casa naquele dia.

Tirei da bolsinha a tira-colo a carteira, e depois consequentemente minha carteirinha da OAB, que funcionava como documento de identificação.

Minha família não era rica, veio tombada da Itália para cá, meu pai passou fome, conseguiu com muito esforço pagar uma faculdade particular para eu cursar Direito.

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