O Peso do Abraço

Antônio não soltou.

A menina se debatia em seus braços

As mãos pequenas batiam em seu peito, mas ele não sentia.

Ive gritava tanto que ele não conseguia entender as palavras, mas sentia o medo dela.

— Espera quietinha.

Antônio havia aprendido que a melhor forma de não machucar ninguém era esperar.

Se ele não se mexesse as pessoas paravam de zombar, de gritar e até de bater.

Era só esperar.

Ele a abraçou com mais força, Ive era pequena e ele conseguia usar o corpo para proteger a amiga.

Os gritos dos amigos dela também abafavam os pedidos da menina.

— Larga ela, seu bicho! Mateus, atira! Atira nele!

Nem os chutes, nem as pauladas dos amigos de Matheus, nem a dor...

Nada o fez soltar.

Ele ouviu o clique do gatilho, apertou os olhos.

Sabia o que era uma arma, os ciganos mostraram para ele.

Segurou o rosto de Ive e cheirou os cabelos dela.

Se fosse morrer queria morrer sentindo aquele cheiro.

Por que estavam atacando a casa de Ive?

Ela estava em perigo.

Ele tinha que protegê-la, mas não s
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