Ive BianchiEu sempre ouvi da minha mãe que o meu primeiro sorriso, ainda no berço, foi pra ele, Lucca Foster.Nós não somos pessoas normais, nunca fomos. Nascemos num mundo onde dor e guerra são tão comuns quanto o pão nosso de cada dia. Nascemos na máfia.Mas existe uma beleza estranha nisso, em viver separado do mundo. Crescemos num universo onde só nós existíamos, onde era possível ser feliz, amar sem culpa, sem preocupações comuns, sem boletos, sem máscaras, sem empregos, sem gentilezas falsas. Nossos problemas eram outros. Eram maiores. Eram mortais. Mas, ainda assim, eram nossos, e gostávamos disso.Por um tempo, Lucca e eu pudemos existir nesse pedaço de mundo, um universo só nosso, mesmo com a sombra das nossas vidas espreitando na floresta ao redor. Nosso refúgio também era prisão, também era algoz. Porque, apesar do meu primeiro sorriso ter sido pra ele, o destino decidiu que a nossa história seria escrita em sangue, perda e silêncio.Eu ainda lembro. Tínhamos doze anos, cr
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