Parte 16...
Matteo
O telefone vibrou em cima da mesa. Eu não tinha tocado no uísque, estava ouvindo meu pai falar sobre as inaugurações. Tizziano embaralhava cartas sem olhar, jogando o baralho na madeira como quem mata tempo. Meu pai lia os relatórios, a caneta batendo no papel em intervalos que me irritavam. Olhei o visor: Carlo Mancini.
Atendi sem dizer “alô”.
— Fala.
Silêncio curto, respiração presa do outro lado. Depois, a voz de Carlo, espessa, sem firula.
— Senhor Romano... Ela fugiu.
Fiquei imóvel. O relógio de parede continuou marcando segundos, insolente. Tizziano ergueu uma sobrancelha. Meu pai levantou a cabeça, mas não falou.
— Repete – eu travei os dentes.
— A garota... Valentina fugiu, Matteo. – fez um silêncio — Ontem.
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