Parte 72...

Valentina

Abri os olhos devagar, piscando contra a claridade branca que me cegava. O teto não era familiar, o ar tinha um cheiro de álcool e silêncio. Meu corpo parecia pesado, como se tivesse dormido por dias.

Demorei alguns segundos para notar a pressão suave em minha mão. Virei o rosto e o vi. Matteo, sentado na poltrona ao lado da cama, curvado sobre mim, a cabeça baixa. Seus dedos estavam entrelaçados nos meus, firmes.

— Matteo… - minha voz saiu fraca, rouca.

Ele ergueu a cabeça de repente, os olhos cansados mas vivos, e sorriu de um jeito que me desarmou.

— Grazie a Dio… Você acordou.

— Onde… Onde estou? - tentei levantar um pouco, mas a cabeça latejou e voltei para o travesseiro.

— No hospital - ele respondeu, ajeitando o lençol sobre mim como se tivesse medo que