Parte 121...
Valentina
Quando abri os olhos, a primeira coisa que senti foi o cheiro de algo estranho. Um perfume doce, misturado a álcool, como se alguém tivesse limpado o lugar às pressas. A luz entrava pelas frestas das cortinas e eu precisei piscar várias vezes até conseguir enxergar direito.
Demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo. O teto era branco, o ventilador girava devagar, e a textura do lençol era áspera. Tentei me mover e o som do metal me fez gelar.
Meu pulso estava preso.
Olhei para o lado. Uma pulseira de couro, firme, passava pela cabeceira da cama e me impedia de levantar o braço direito. O esquerdo, livre, mas eu tremi que nem consegui me apoiar direito no colchão.
O ar me faltou. Tentei puxar com força, mas o couro só machucou minha pele. A respiração ficou descompassada. Meu coração disparou.
— Não… Não pode ser… - murmurei, a voz rouca. Comecei a chamar, primeiro baixo, depois mais alto: — Tem alguém aqui? Alô?! Oi?!
Silêncio.
Por um moment