Três Anos depois ....
O relógio marcava 6h43 da manhã quando Laura colocou a última fatia de pão na lancheira azul com dinossauros. A cozinha do pequeno apartamento, no subúrbio do Rio, estava banhada pela luz suave do amanhecer. O aroma de café fresco se misturava ao som de passarinhos no quintal e à risada infantil que preenchia o espaço como música.
Ela fechou a lancheira, virou-se e observou Joaquim sentado à mesa, todo concentrado em enfileirar pedacinhos de banana em cima da torrada, como se fosse uma missão altamente secreta.
Seu filho.
Seu milagre.
Seus olhos se demoraram nele com ternura e orgulho. Joaquim, com três anos, era esperto, intenso e cheio de personalidade. Tinha os cabelos castanhos escuros, ondulados, e um sorriso travesso que fazia seu coração derreter. Fisicamente, se parecia muito com ela, mas... o jeito? Era todo de Heitor.
O olhar sério quando se irritava. A forma como cruzava os braços e ficava em silêncio quando contrariava. A