O sol começava a surgir timidamente por entre as frestas das cortinas espessas da enorme suíte. Um brilho suave e dourado tocava os lençóis escuros, contrastando com a paz silenciosa que preenchia o quarto.
Laura ainda dormia, encolhida sob o cobertor macio, com uma expressão de leveza no rosto que Heitor raramente via. Havia algo de puro ali, mesmo depois de tudo o que haviam vivido na noite anterior. Ele a observava, deitado ao lado, o rosto apoiado em uma das mãos, como se o simples ato de olhá-la fosse suficiente para acalmar seu próprio caos interno.
Mas a paz durou pouco.
O som insistente do celular cortou o silêncio da manhã como uma navalha. Heitor resmungou baixo, deslizou para fora da cama sem acordar Laura e caminhou até a poltrona onde havia deixado suas roupas na noite anterior. Pegou o aparelho e atendeu, sem sequer olhar o nome na tela.
— O que foi? — murmurou, com a voz ainda rouca de sono.
— Heitor, é o Henrique.
O nome bastou para que ele despertasse por comple